Algumas crianças vivem desafiando pais e amigos para um joguinho. Na hora em que estão perdendo, no entanto, querem desistir, ou ficam furiosas, armando a maior confusão. No dia seguinte, tudo de novo: ele já quer outro desafio e você sabe o que vai acontecer. Por que essa aflição permanente de jogar e o desespero na hora da perda? Está claro que a criança, nesse caso, tem necessidade incessante de provar que ela é a tal. Por trás disso, está uma profunda insegurança e a sensação de que só tem valor quando é vencedora. Se perder, sua auto-estima baixa. Ela reage com raiva e inconformismo. Mas não é só a realidade emocional da criança a responsável por tais atitudes e sentimentos. Colabora para isso o contexto social, educacional e familiar em que ela vive. A família, por exemplo, às vezes é competitiva demais.

Muitos pais e mães têm o mesmo problema da criança, é preciso ganhar para sentirem valorizados. Esse, portanto, é um modelo para os pequenos, muitas vezes instigados a competir com os irmãos. Os pais, sem sentir, fazem jogo com a auto-estima da criança, por exemplo: estimulando-a a provar que é melhor que o irmão numa prova, ou nadando, ou tocando um instrumento. Como a vida não é um jogo de ganhar ou perder, isso gera angústia. Por outro lado, a vida dentro de uma sociedade que superestima a competição, também acentua a insegurança da criança. Nas escolas, por exemplo, nas atividades extracurriculares, como a natação, muitas vezes é preparada só para ganhar e não para competir. Os traços de solidariedade e ajuda recíproca têm diminuído muito em nossa sociedade.

Por: Autor Desconhecido