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Os homens que me perdoem...


Toda regra tem sua exceção, é certo. Também é claro que para o título também haverá exceções. Mas ao término da leitura o amigo leitor poderá concordar comigo, ou não.

Nós temos acompanhado ao longo destas últimas décadas, um avanço na participação das mulheres junto à sociedade como nunca visto antes. Há cargos e cargos que hoje só aceitam mulheres, ou 99% delas. E cada vez mais as mulheres têm demonstrado eficiência, serenidade, paciência, flexibilidade e equilíbrio em lidar com o público. Muitas delas voltam para suas casas e ainda enfrentam o segundo turno executando funções dos lares, desde a limpeza até os cuidados com os filhos.

Até aí, tudo é o que poderíamos chamar de “normal”. O diferencial começa quando estas mulheres vão além. São elas que normalmente vão às reuniões escolares dos filhos, onde palestras são feitas, textos são lidos, reflexões acontecem. E quando voltam pra casa já não são mais as mesmas.

Normalmente tem sido as mulheres a engrossar o número da fé, da religiosidade, dos trabalhos assistenciais aos mais carentes, nos mais diversos segmentos religiosos, buscando melhoria interior e para a família, em oposição ao número dos homens que preferem as festas, os jogos, os amigos de copo, a ociosidade de passar horas diante da TV alegando cansaço sem fim.

É neste ponto que entra para a nossa reflexão a frase: “Teus parentes, amigos são as almas que atraíste, com tua própria personalidade”, de Francisco Cândido Xavier.

Muitas mulheres alegam com o passar dos anos no casamento, terem casado com o homem errado. Ledo engano. Casaram com o homem certo. Segundo a frase, nossos parentes e amigos são as almas que atraímos com a nossa própria personalidade. A questão é que as mulheres vêm moldando suas personalidades ao longo dos anos através destas buscas reflexivas ao qual se empenham mesmo cansadas.

O distanciamento vai se dando quando um vai e o outro fica. É também comum vermos mulheres tentando conduzir seus maridos para beberem da mesma fonte, alimentarem do mesmo alimento, participarem destes “banquetes” que têm trazido alegria e fartura às suas vidas. São convites sempre negados, na maioria das vezes. Assim, como já dizia Platão, “Onde não há igualdade, a amizade não perdura”. E o que vemos é seres que antes eram tão próximos, serem agora tão distantes.

Então ficamos a nos perguntar o que Platão quis dizer com a frase: “Tenho irmãos, pai, mas não tenho mãe. Quem não tem mãe, não tem família.”

Quando temos a oportunidade de trabalhar numa “manhã de reflexão”, dentro de uma dessas casas de benefício ao próximo, num projeto aberto ao público masculino e feminino e só aparecem mulheres, fica fácil chegarmos a esta conclusão: as mulheres estão avançando cada vez mais porque estão em busca. O pior é que muitos maridos são capazes de abandonar o lar, esposa e filhos, para irem em busca de outra mulher cuja personalidade encontra-se no seu patamar de origem de quando conheceu sua esposa.

“Os homens que me perdoem...” só não servirá para aqueles que lêem e lêem muito, refletem, crescem e acompanham esta evolução lado a lado; porque afinal, não é deles que falo.

Prestemos atenção nestas mulheres que passam pelas vidas de homens, sem o devido respeito e valorização. Almas que muitas vezes caminham sozinhas, lutam sem parcerias, visando apenas o bem da própria família.

Denize do Nascimento Gonçalves

Orientadora Educacional e Psicopedagoga