Publicado em 7/12/2010
Passaram-se oito anos desde que a Beatriz entrou no Maternal e depois a Isadora, e se a Beatriz um dia bateu asas, chegou a hora da Isadora.
Ah, como seria bom se o tempo deixasse de correr, e pudéssemos ver nossos filhos sempre crianças e próximos de nós, que nossos pais não envelhecessem e nós, claro, ficássemos sempre jovens.
Mas isso não é possível, felizmente, porque Deus nos presenteou com o dom da continuidade, e o nosso maior prazer é poder ver nossos filhos crescendo diante dos nossos olhos.
E o avançar da idade é um sinal de longevidade, e os mais jovens ainda não sabem, mas só a idade nos traz sabedoria. Tá certo que é difícil aceitar a falta de mobilidade, mas quando somos jovens andamos rápido demais e não temos tempo de apreciar a paisagem, coisa que só vamos fazer quando andarmos devagarzinho, parando para olhar e sentir o perfume das flores, olhar as abelhas e borboletas. Quanto mais idade, mais tempo e ousadia teremos. Ousadia de pensar, sermos livres em nossas mentes, com a mesma liberdade de um poeta que pode usar o aonde, onde cabe o onde.
E, nesse momento faço uma despedida, mas não é um adeus, é só um até logo.
Foi uma parceria de sucesso, que tinha de um lado nós, a Família, e do outro a Escola, ambos cuidando de um bem comum, nossas filhas.
Minhas duas filhas foram alfabetizadas dentro do Piconzé Infantil, que eu reconheço de público como uma Escola que tem mais do que uma obrigação moral de Educar, nessa Escola existe profissionalismo.
Ninguém se mantém durante tanto tempo em um ramo empresarial fazendo tanto sucesso, se não for muito bom, e nesse ramo do Ensino não se pode desviar do caminho, ser ortodoxo em minha opinião, é virtude.
Como é que alguém pode depois de 37 anos se emocionar durante uma simples comemoração de encerramento de ano letivo? Pois tenho visto a D. Marlene visivelmente emocionada, e eu sei por que, é porque ela trabalha com amor e com a preocupação de fazer bem feito, principalmente porque os filhos não são dela.
Uma sinfonia é composta de uma orquestra e de um maestro, e aos olhos leigos dá até a impressão de que aquele homem que fica sacudindo uma varinha é um tolo. Mas apenas o conjunto da obra é perfeito e aquele homem conhece todos os instrumentos e suas afinações e, além disso, ele determina em qual momento cada um entra na percussão. Por isso durante o espetáculo, todos os músicos têm o seu momento de brilho, cada um por sua vez, ora é a vez do violino, ora da flauta, do piano, do surdo, alternando-se com harmonia, para no final todos aplaudirem e então o maestro curva-se e agradece, porque ele sente a satisfação do trabalho bem feito, mesmo sabendo que muitos o acham um tolo. Só ele sabe o duro que deu para afinar todos os instrumentos e coordenar os músicos. Não fosse ele um perseverante talvez os músicos não tivessem brilhado tanto.
Agora é olhar para o futuro com a certeza de que essas crianças serão homens e mulheres de bem, e que teremos boas notícias de todos os lados.
Desejamos saúde a todos, e que possamos continuar exercitando a paciência e a perseverança.
Tenho certeza que meus netos poderão um dia adentrar as portas do Piconzé Infantil, pois vejo a Renata cada dia mais empenhado em dar continuidade ao trabalho iniciado pela mãe, se isso me pacifica que dirá a mãe então?
Seguiremos juntos na mesma direção, não quero ser diferente do que sou e não quero que ninguém mude, seguiremos do jeito que sempre fomos, nem melhor, nem pior, apenas nos aperfeiçoando sempre, assim em meu nome e em nome da minha esposa Edi, e das minhas filhas Beatriz e Isadora, agradeço e deixo um grande abraço.
FELIZ NATAL!
PRÓSPERO ANO NOVO!
SAÚDE E PAZ!
CARLOS ROBERTO SERÃO